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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Caso Eliza Samudio - Apenas mais uma...



Eliza Samudio, provavelmente, será mais uma das muitas mulheres que fazem parte das estatísticas de violência contra a mulher. Os números, cada vez maiores, muitas vezes não são tão significativos, afinal, muitas ainda apanham caladas, sobrevivendo com medo de que algo pior possa acontecer. Segundo pesquisas da Fundação Perseu Abramo, uma em cada cinco brasileiras declara espontâneamente já ter sofrido algum tipo de violência por parte de um homem. E a cada 15 segundos uma mulher é espancada por um homem no Brasil. Dá medo pensar que essas barbaridades estão tomando conta do nosso cotidiano. Acredito que nem a imprensa, nem as autoridades, nem eu e muito menos você levou a sério o vídeo daquela “Maria Chuteira” feito pelo Jornal Extra, acusando o “herói rubro-negro” de agredí-la, forçar um aborto e ameaçá-la de morte. Hoje, depois de todos fecharmos os olhos para a “interesseira”, “atriz pornô” ou qualquer outro adjetivo que se refira a Eliza, aconteceu o pior. Hoje, infelizmente, um outro Bruno, aquele de 4 meses, pula de colo em colo, depois de possivelmente ter acompanhado a morte de sua mãe, que virou manchete da imprensa nacional e internacional.

Mesmo com suas fotos impróprias e vídeos de título impublicável, Eliza Samudio não era totalmente vilã, nem mesmo mocinha. Seja qual for o motivo dela, uma gravidez não é “gerada” por uma pessoa só. Como tantos outros jogadores, seria melhor ou menos trágico, fazer o exame de DNA e assumir a paternidade caso comprovada. Uma pensão não seria problema para um dos jogadores mais bem pagos do Flamengo. Romário (pouco tempo até foi preso) e Edmundo, por exemplo, tem seus muitos filhos e nunca morreram por terem assumido suas “puladas de cerca”.

Porém, o que mais me choca em todo esse caso é a postura de Bruno. Como pode ser tão “frio e calculista”, como ele mesmo disse ? Até onde sei, o atleta era um exemplo de superação, sem contar na admiração que provocava em crianças e até mesmo adultos. Suas defesas quase impecáveis, seu jeito sério no campo, sua vida sofrida sendo criado pela avó depois de ser abandonado pelos pais, infância com pouquíssimos recursos. Talvez um exemplo de vida para muitos dos “moleques” que estão hoje jogando futebol descalços com bola de meia.... E agora, quem é ele? Um homem frio, que após a morte da ex-amante volta para seu sitio afim de tomar uma cerveja e um banho de piscina? Ou aquele que está mais preocupado com sua carreira até a Copa de 2014 do que com sua liberdade? No fundo, o Bruno sabe que não vai sair impune dessa... pelo menos, é o que todos nós esperamos.

Me revolta saber que tanta crueldade vai influenciar diretamente na vida de um bebê, que não tem culpa da vida errada que sua mãe escolheu e muito menos do pai que tem. Imaginem quando o Bruninho crescer e ver em recortes de jornal... em arquivos na internet a triste história que fez o Brasil inteiro sentir pena dele. Vai doer mais nele do que doeu na Eliza....





Link - Entrevista Eliza Samudio ao Jornal Extra em 2009
http://www.youtube.com/watch?v=JPCBWyvraQE




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